“Editar é o que existe de mais sério para um país. Editar significa multiplicar as idéias ao infinito, e transforma-las em sementes soltas ao vento, para que germinem onde quer que caiam”, dizia Monteiro Lobato, convencido da importância do livro na construção e consolidação da cultura de um povo decidiu investir e comprar uma editora. Lobato sabia que era preciso editar livros de bom conteúdo, baratos e de bom apelo gráfico. Além disso não bastava publicar, era preciso levar o livro até o leitor.
Ao comprar a Revista do Brasil, dando início à atividade de editor, contabiliza apenas cinqüenta livrarias em todo o Brasil, oferecendo, em geral, obras mal editadas, mal traduzidas, com capas pouco atraentes.
Para mudar esse quadro, Lobato investe num sistema agressivo e inédito de mala direta e venda por consignação através de agentes autônomos e pequenas empresas espalhadas pelo interior do Brasil. E, acreditando que o livro deve ser tratado como mercadoria, contrata artistas para melhorar sua apresentação, importa maquinário gráfico moderno e faz uma escolha criteriosa de títulos.
As vendas aumentam, os negócios prosperam e suas empresas passam por sucessivas ampliações. No início dos anos 1920, Monteiro Lobato transforma-se no maior e mais ousado editor do país, responsável por uma verdadeira revolução no setor.