Escritor e criador do livro paradidático, enxadrista, industrial do petróleo, pintor, pai da boneca mais ilustre do país. Estas facetas de Monteiro Lobato a maioria dos seus fãs conhece. Mas poucos sabem que ele foi fotógrafo. E dos melhores.
Primeiro, registrou instantâneos da família com uma câmara Kodak ganha de presente. Depois, com sua Rolleyflex a tiracolo, passava horas seguidas capturando com sua lente perspicaz trechos de paisagens e fragmentos do cotidiano. Também documentou as excursões que fez pelo país durante a campanha do petróleo.
Quando tudo caminhava bem, Lobato fotografava. Quando as coisas iam mal e enfrentava problemas, preferia pintar aquarelas para relaxar. Adorava tirar fotografias quando saía com os filhos e a neta para pescar ou caçar borboletas. Às vezes ele mesmo produzia as fotos. Mandava as meninas se fantasiarem de ciganas ou de espanholas e criava um ambiente especial para compor a cena.
O que mais gostava mesmo, era dos flagrantes e por isso não desgrudava da máquina. Assim, se aparecesse uma pessoa interessante ou ocorresse algo diferente, Lobato estava pronto para dar o clique que, às vezes, vinha ilustrar um artigo de jornal escrito por ele.